Secretaria de
Agricultura e Abastecimento

Tecnologia desenvolvida no IZ para aumento do rendimento de queijo já está presente na produção comercial

Laticínio Família Rossato é a primeira propriedade do Brasil a genotipar 100 % do rebanho

De olho no crescimento produtivo e econômico da atividade, o Laticínio Família Rossato é a primeira propriedade do Brasil a genotipar 100% do rebanho para identificar animais com genética para maior rendimento de queijo de búfalas, o legítimo queijo muçarela. A metodologia desenvolvida no Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, permite a identificação de um dos genes responsáveis por aumentar o rendimento do leite para queijo – a kappa caseína.

O Laticínio Família Rossato é especializado em produtos derivados do leite de búfala, com uma linha completa que inclui iogurte, doce de leite, muçarela, frescal, curado e defumado. Com diversas premiações regionais e nacionais, a família Rossato consolidou seu nome na produção artesanal.  “Nosso rebanho hoje é de 150 animais e o objetivo é genotipar todo ele para que possamos aumentar a seleção de animais do genótipo BB associado a leite com características melhores para produção de muçarela. Estamos bastante ansiosos em selecionar animais com essas características para que num futuro próximo possamos aumentar o rendimento e a qualidade dos queijos”, afirma o produtor Caio Rossato.

Segundo Caio, com 60 búfalas em lactação, o rebanho produz 550 litros de leite ao dia. “Produzimos 16.000 litros ao mês e com isso, 4000 kg de queijo mensalmente. Com a seleção dos animais para kappa-caseína nossa expectativa é que aumente em torno de 10 % a produção nos próximos anos, só fazendo a seleção dos animais”, comenta o produtor. Ele diz esperar que esse trabalho possa ser replicado a diversas propriedades através de genética comprovada de genes importantes para produção de derivados. “Já temos dois touros selecionados que estão em coleta na Central de Sêmen de Búfalos Novagen para comercialização de sêmen e embriões”, comemora. “Somos muito gratos ao IZ e toda equipe do pesquisador Aníbal que são pioneiros nesse estudo da kappacaseína e que pode trazer muitos benefícios a toda cadeia produtiva.”

Segundo o pesquisador Anibal Vercesi Filho Vercesi, diretor da Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento em Genética e Biotecnologia do IZ, a metodologia desenvolvida vai contribuir para o melhoramento genético de bubalinos. Conforme relata, com o início do Programa de Avaliação Genética em Búfalos conduzido pela ABCB, foi levantada a demanda pela Associação do estudo de genes que poderiam ter interferência no processo de qualidade e fabricação de queijos. “Realizamos a pesquisa com 600 bubalinos pertencentes a criadores associados da ABCB, desenvolvendo e padronizando a metodologia para genotipar o gene CSN3 da kappacaseína. Animais que possuem o alelo B do gene CSN3 kappacaseína tem maior rendimento de queijo”, explica.

Por Alexandra Cordeiro

Comunicação IZ

alexandra.cordeiro@sp.gov.br

Evento destaca papel dos pesquisadores, entregando Medalha Rocha Lima ao cientista Cláudio Marcelo Gonçalves de Oliveira

O Instituto Biológico (IB-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, celebrou na última quarta-feira (12) seus 98 anos de fundação com uma cerimônia marcada por homenagens, emoção e reconhecimento à trajetória de uma das instituições científicas mais tradicionais do país. Sob o tema “Ciência que transforma: 98 anos de pesquisa, inovação e legado”, o evento reuniu pesquisadores, aposentados, servidores, autoridades e convidados no Auditório Rocha Lima, em São Paulo.

O evento contou com a presença da coordenadora do Instituto Biológico, Ana Eugênia Campos, do diretor da Apta, Carlos Nabil, e de autoridades estaduais. Os discursos ressaltaram o papel essencial da pesquisa científica para o desenvolvimento sustentável da agropecuária paulista e nacional. Um dos momentos mais aguardados foi a homenagem aos aposentados de 2025, que receberam certificados em reconhecimento à dedicação e contribuição à pesquisa pública.

Em seguida, foi realizada a tradicional entrega da Medalha Rocha Lima, honraria concedida a pesquisadores e colaboradores que se destacam pela excelência científica e compromisso com a missão do Instituto. Neste ano, o destaque foi o pesquisador Cláudio Marcelo Gonçalves de Oliveira, do Laboratório de Nematologia do Instituto Biológico em Campinas.

Durante a entrega, a coordenadora Ana Eugênia fez um discurso emocionante em homenagem ao agraciado, destacando a sólida trajetória do pesquisador, que atua no Instituto desde 1997 e é referência nacional em diagnóstico molecular e manejo de fitonematóides, tendo contribuído para o desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao controle biológico e à certificação fitossanitária de materiais vegetais. “Com quase três décadas dedicadas à pesquisa, o doutor Cláudio Marcelo tem honrado e ampliado o legado do Laboratório de Nematologia, contribuindo para seu reconhecimento nacional em inovação e diagnóstico, e sendo exemplo de dedicação, competência e amor pela ciência”, afirmou a coordenadora.

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, participou da entrega da medalha, reforçando o reconhecimento institucional ao pesquisador e destacando o papel dos cientistas públicos para o avanço do agronegócio e da sustentabilidade no Brasil.

Na sequência, foi realizada uma ação simbólica de plantio comemorativo, com a instalação de uma placa alusiva aos 98 anos do Instituto e aos servidores que ajudaram a construir essa trajetória de sucesso.

Durante os pronunciamentos, as autoridades ressaltaram que o futuro da agricultura e da segurança alimentar global depende da pesquisa científica e da agricultura tropical brasileira. O secretário enfatizou: “Um país que não investe em pesquisa está fadado ao fracasso. Nós devemos muito a vocês, pesquisadores, que dedicam a vida a desenvolver soluções para o agro e para o Brasil.”

Fundado em 1927, o Instituto Biológico é referência nacional e internacional em pesquisa científica voltada à sanidade animal, vegetal e ambiental, consolidando-se como um dos pilares do sistema paulista de inovação agropecuária e um verdadeiro patrimônio científico do Estado de São Paulo e do Brasil. Vida longa ao IB!

SOBRE A APTA

A Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta) é o órgão responsável por coordenar as atividades de pesquisa científica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Em sua estrutura estão presentes sete Instituições de Ciência e Tecnologia, com unidades distribuídas por todas as regiões do estado: Instituto Agronômico (IAC), Instituto Biológico (IB), Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Pesca (IP), Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), Instituto de Zootecnia (IZ) e Apta Regional.

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA – SEÇÃO DE COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA DA APTA/SAA:

Luíza Cardoso Costa – luiza.costa@sp.gov.br   

Gustavo Steffen de Almeida – gsalmeida@sp.gov.br  

A Defesa Agropecuária, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) informa que está em vigor a Campanha de Vacinação contra a Brucelose em todo o Estado de São Paulo. A campanha, que agora vigora durante todo o ano, teve início neste segundo semestre, no dia 1º de julho e as bovinas e bubalinas de três a oito meses, devem ser vacinadas até dia 31 de dezembro.

Por se tratar de uma vacina viva, passível de infecção para quem a manipula, a vacinação deve ser feita por um médico-veterinário cadastrado que, além de garantir a correta aplicação do imunizante, fornece o atestado de vacinação ao produtor.

A relação dos médicos-veterinários cadastrados na Defesa Agropecuária para realizar a vacinação em diversos municípios do Estado de São Paulo está disponível em https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/credenciados/.

O médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Em caso de incongruências, o médico-veterinário e o produtor serão notificados das pendências por meio de mensagem eletrônica, enviada ao e-mail cadastrado junto ao GEDAVE. Neste caso, o proprietário deverá regularizar a pendência para a efetivação da declaração.

Identificação

O modelo alternativo de identificação – o primeiro do país aprovado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) – de vacinação contra a Brucelose trata-se de uma alternativa não obrigatória à marcação a fogo que além do bem-estar animal, estimula a produtividade e a qualidade do manejo, além de aumentar a segurança do produtor e do veterinário responsável pela aplicação do imunizante.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o algarismo do ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

Para o caso de perda, dano ou qualquer alteração que prejudique a identificação, deverá ser solicitada nova aplicação que deverá ser feita ao médico-veterinário responsável pela aplicação ou ainda, para a Defesa Agropecuária.

Havendo a impossibilidade da aquisição do botton, o animal deverá ser identificado conforme as normativas vigentes do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT).

A Defesa Agropecuária informa ainda que o uso do botton só é válido dentro do Estado de São Paulo, não sendo permitido o trânsito de animais identificados de forma alternativa para demais estados da federação.

Campanha de Atualização de Rebanhos

Está em andamento, desde o dia 1º de novembro, a Campanha de Atualização de Rebanhos do segundo semestre. A partir da retirada da vacinação contra a Febre Aftosa em 2023, o produtor rural passa, também em caráter obrigatório, a ter que atualizar seus rebanhos junto ao sistema de Gestão de Defesa Animal e Vegetal (GEDAVE). A Defesa Agropecuária lembra que os proprietários devem declarar todas as espécies presentes em suas propriedades até o dia 15 de dezembro.

Devem ser atualizados, além dos bovinos, os rebanhos de búfalos, equinos, asininos, muares, suínos, ovinos, caprinos, aves, peixes e outros animais aquáticos, colmeias de abelhas e bicho da seda. A não declaração pode acarretar o bloqueio da movimentação dos animais e a inviabilidade da emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) com possibilidade de sanções administrativas.

A declaração pode ser feita diretamente no sistema GEDAVE. Outra forma de efetuar a declaração é pessoalmente em uma das Unidades da Defesa Agropecuária distribuídas pelo Estado e também, através do envio por e-mail do formulário que está disponível em https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/arquivos/sanidade-animal/FORMULARIOS-CAMPANHA_NOVEMBRO_25.pdf

Por Felipe Nunes

Evento reúne 80 participantes de vários estados e mostra o potencial econômico e científico das plantas aromáticas

O Instituto Agronômico (IAC-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, promoveu na última terça-feira (11) o 14º Curso Prático de Extração de Óleos Essenciais, reunindo cerca de 80 participantes de diferentes regiões do país, entre produtores rurais, pesquisadores, artesãos e profissionais da indústria, vindos de São Paulo, Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal.

Realizado na Fazenda Santa Elisa, em Campinas, o curso apresentou os avanços e desafios da cadeia produtiva dos óleos essenciais, destacando o papel do Brasil no cenário internacional e as oportunidades de diversificação econômica para produtores agrícolas.

A pesquisadora Eliane Gomes Fabri, da Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento de Horticultura do IAC e coordenadora do evento, destacou que a proposta do curso é unir teoria e prática para formar novos empreendedores e difundir conhecimento técnico de qualidade. “O projeto é voltado para um público diverso, com vários interesses, de produtores a iniciantes interessados em saber mais sobre o cultivo de plantas aromáticas e o processo de destilação para obtenção do óleo essencial. O IAC tem pesquisas nessa área desde a década de 1930, o que nos dá uma expertise reconhecida nacional e internacionalmente”, afirmou. Em outras edições do curso, já foram recebidos participantes de Portugal, Holanda, Paraguai, Uruguai, Argentina e Costa do Marfim.

Durante a parte teórica, realizada no auditório da Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento de Café, foram abordados temas como produção de plantas aromáticas, controle de doenças, análise cromatográfica, regulação e panorama de mercado. A palestra da pesquisadora Lilian Cristina Anefalos, do Núcleo de Inovação Tecnológica do IAC, apresentou dados atualizados sobre o setor, incluindo o faturamento global de US$ 6,4 bilhões em 2024, com projeção de US$ 13,39 bilhões até 2033 e crescimento anual estimado em 8,4%.

As apresentações também mostraram que existem cerca de 300 óleos essenciais de importância comercial no mundo, com destaque para lavanda, melaleuca, capim-limão, hortelã, laranja e eucalipto. O Brasil tem se consolidado como um dos principais produtores, com grande potencial na produção diferenciada e nas oportunidades de negócios em bioinsumos, cosméticos naturais e aromaterapia.

Na parte prática, os participantes acompanharam o processo completo de destilação por arraste a vapor, o carregamento do destilador, a retirada e o armazenamento do óleo essencial, além de uma visita ao campo experimental de plantas aromáticas. “Elas aprenderam a encher uma dorna, acompanhar a destilação e retirar o óleo essencial, além de conhecer espécies no campo e entender mais sobre o cultivo. É um curso completo, que vai do plantio à obtenção do produto final”, explicou Eliane Fabri.

Entre os participantes, Marina Azevedo, doutoranda na Universidade de Brasília, viajou de Brasília até Campinas especialmente para o evento. “Vim para Campinas exatamente para este curso, principalmente para aprender mais sobre a caracterização dos óleos, que é o foco do meu doutorado. Estudo os terpenos, moléculas que compõem os óleos essenciais e que dão aroma e sabor. Não conheço outro curso no país com essa estrutura e nível técnico”, relatou.

O produtor Emanuel Timossi, de Taiúva (SP), que trabalha com citros, também esteve presente. O setor é um dos mais relevantes do estado e base para o óleo de laranja, um dos mais produzidos no Brasil. “Tenho interesse em conhecer melhor o sistema de produção e ver a parte de lucratividade para poder iniciar no segmento. Já produzo lima ácida Taiti e quero diversificar, buscando outras alternativas”, contou.

Com o lema “faça você mesmo as essências”, o evento apresentou ainda uma exposição de equipamentos de extração em diferentes escalas, voltados para laboratórios, pequenos empreendedores e indústrias.

A iniciativa reforçou a importância dos óleos essenciais como alternativa sustentável e rentável, unindo ciência, inovação e tradição. “O curso tem principalmente a função de divulgar a técnica de cultivo e a obtenção de óleos essenciais por destilação a vapor. É uma tecnologia acessível, que pode gerar renda e novos negócios no campo e na cidade”, concluiu Eliane Fabri.

Informações para imprensa

Luiza Costa – luiza.costa@sp.gov.br

Comunicação Apta

Mônica Galdino – monica.silva@sp.gov.br

Comunicação IAC

Pesquisadora Jéssica Levy (ao centro) na COP 30.

Começou no dia 10/11 a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes – COP30), na cidade de Belém, capital do Pará, evento que reúne grandes líderes do planeta, órgãos públicos, empresas, cientistas e sociedade civil, a fim de discutirem diversos temas e diferentes soluções voltados às mudanças climáticas.

Além da programação oficial, aconteceu ontem, 11/11, o evento paralelo “Sustainable Aquatic Food Systems: A People-Centered Approach for Planetary and Human Health”, realizado no Pavilhão Nórdico (Blue Zone), o qual contou com a presença da pesquisadora Jéssica Levy, representante do Núcleo de Pesquisas Pescado para Saúde, um consórcio de instituições de pesquisa e ensino coordenado pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP), em coexecução com o Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

A palestra intitulada “Establishing Healthy Eating Habits – Reaching All Social Groups Through Positive Seafood Experiences” reuniu representantes de governos, agências da ONU, pesquisadores e jovens lideranças para discutir o papel dos alimentos aquáticos, como peixes e frutos do mar, na construção de sistemas alimentares sustentáveis, resilientes e inclusivos.

Jéssica apresentou o trabalho desenvolvido em parceria com o SESC Mesa Brasil de Santos e o Instituto de Pesca. “É uma ação que transforma carcaças de peixe em refeições nutritivas para crianças e famílias em situação de vulnerabilidade, integrando educação alimentar, aproveitamento integral e sustentabilidade social; o que resultou na primeira colocação do Prêmio Josué de Castro de 2025 de combate à fome e à desnutrição promovido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do CONSEA-SP”, diz a pesquisadora.

Núcleo de Pesquisas Pescado para Saúde

O Pescado para Saúde é coordenado pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, em co-execução com o Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a Universidade de Mogi das Cruzes e Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Além das entidades de pesquisa, participam do Núcleo empresas brasileiras, como Polinutri e Neogen, e estrangeiras, como Biomar (Noruega), Veramaris (Países Baixos), Lesaffre (França) e AquaHana (Estados Unidos). O Núcleo é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e teve início em outubro de 2022. Tem sete principais tarefas a serem executadas ao longo de 5 anos, sendo uma delas a disseminação dos resultados do projeto e o aumento da consciência e entendimento do público em relação aos benefícios do pescado para a saúde e nutrição humanas.

Instituto de Pesca

O Instituto de Pesca é uma instituição de pesquisa científica e tecnológica, vinculada à Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que tem a missão de promover soluções científicas, tecnológicas e inovadora para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor da Pesca e da Aquicultura.

Assessoria de imprensa IP

Seção de Comunicação Científica 

Gabriela Souza /Andressa Claudino

Cel.: (11) 94147-8525

ipcomunica@sp.gov.br 

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Legenda: Navio porta-contêineres atracado no Porto de Santos (SP), o maior complexo portuário da América Latina

É o segundo melhor desempenho da história, aponta diretor da Apta

Nos dez primeiros meses de 2025, o agronegócio paulista manteve um bom desempenho no comércio exterior, alcançando um superávit de US$19,07 bilhões. O saldo positivo decorre de exportações que somaram US$23,92 bilhões e de importações que totalizaram US$4,85 bilhões. A participação das exportações do agronegócio paulista no total exportado pelo estado de janeiro a outubro de 2025 foi de 40,8%, enquanto as importações do setor corresponderam a 6,6% do total no estado.

No ano passado o agro paulista bateu recorde no valor do superávit. Em 2024, a demanda internacional por produtos do complexo sucroalcooleiro foi atípica e beneficiou os embarques do estado. “2025 está registrando o segundo melhor superávit da história das exportações paulistas, mesmo com um cenário internacional menos favorável. Após uma sequência de anos históricos, São Paulo se consolida como um dos principais polos exportadores do país”, explica o diretor da Apta, Dr. Carlos Nabil Ghobril.

PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS

O complexo sucroalcooleiro foi responsável por 30,8% do total exportado pelo agro paulista, totalizando US$7,37 bilhões. Deste total, total o açúcar representou 92,7% e o álcool etílico, etanol, 7,3%. O setor de carnes veio logo em seguida com 15,1% das vendas externas do setor, totalizando US$3,60 bilhões, com a carne bovina respondendo por 85%. Produtos florestais representaram 10,3% do valor exportado, com US$2,47 bilhões, com 54,9% de celulose e 36,2% de papel, sucos responderam por 10,1% de participação, somando US$2,43 bilhões, dos quais 97,8% são referentes ao suco de laranja, e complexo soja fechou os cinco primeiros grupos com participação de 9,2% do total exportado, registrando US$2,21 bilhões, 79,0% referentes a soja em grão e 15,6% de farelo de soja. Esses cinco grupos representaram, em conjunto, 75,5% das exportações do agronegócio paulista. O café aparece na sexta posição, com 6,3% de participação na pauta de exportações, somando US$1,51 bilhão, 76,5% referentes ao café verde e 19,6% de café solúvel.

Vale destacar que as variações de valores, em comparação com o mesmo período do ano passado, apontaram aumentos das vendas para os grupos de café (+42,8%), carnes (+24,7%), complexo soja (+0,8%), e quedas nos grupos sucroalcooleiro (-31,3%), produtos florestais (-6,9%) e sucos (-0,8%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.

PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES DO AGRO PAULISTA

A China segue sendo o principal destino das exportações, com 24,3% de participação, adquirindo principalmente produtos do complexo soja, carnes, açúcar e florestais. A União Europeia vem em seguida com 14,3% de participação, e os Estados Unidos somaram 12,2% de participação.

Desde o tarifaço de 50% iniciado em 6 de agosto pelo governo americano, as exportações para o país apresentaram recuo: em agosto de 14,6%, setembro 32,7% e em outubro a queda foi de 32,8%. Mesmo assim, os Estados Unidos continuam sendo os terceiros maiores compradores do agro de SP. “Essa queda foi parcialmente compensada por novos destinos de exportação, como China, México, Canadá, Argentina e União Europeia”, diz Nabil.

PARTICIPAÇÃO PAULISTA NO AGRO NACIONAL

No cenário nacional, o agronegócio paulista manteve posição de destaque, respondendo por 16,9% das exportações do setor no Brasil. Ocupa a 2ª posição no ranking, logo atrás do estado de Mato Grosso (17,3%).

Figura 1: Participações das exportações do agro por UF, janeiro a outubro de 2025.

Esta análise da balança comercial do agro paulista é elaborada todo mês pelo diretor da Apta, Carlos Nabil Ghobril, e os pesquisadores José Alberto Ângelo e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

SOBRE A APTA

A Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta) é o órgão responsável por coordenar as atividades de pesquisa científica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Em sua estrutura estão presentes sete Instituições de Ciência e Tecnologia, com unidades distribuídas por todas as regiões do estado: Instituto Agronômico (IAC), Instituto Biológico (IB), Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Pesca (IP), Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), Instituto de Zootecnia (IZ) e Apta Regional.

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA – SEÇÃO DE COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA DA APTA/SAA:

Luíza Cardoso Costa – luiza.costa@sp.gov.br  

Gustavo Steffen de Almeida – gsalmeida@sp.gov.br 

Legenda: Confira o Diretor da APTA, Carlos Nabil, falando sobre os resultados da balança do agro paulista

Tecnologia aumenta em até 65% a frutificação do café e será apresentada na COP 30

A startup Pollintech, especializada em soluções tecnológicas para polinização, foi uma das vencedoras do Prêmio InovaClima Brasil 2025, na categoria Agricultura Sustentável, com um projeto inovador que utiliza o treinamento de abelhas para aumentar a produtividade e a qualidade do café. A iniciativa integra o AptaHub, ecossistema de inovação da Apta, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e conta com parceria da Apta Regional.

Originado a partir do Programa Fapesp de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE/Fapesp), o projeto contou com o apoio e a expertise do AptaHub para desenvolver uma solução biotecnológica que imita a fragrância da flor do café, permitindo que as abelhas sejam treinadas em laboratório para reconhecer e localizar mais facilmente essa cultura no campo. O processo resulta em maior taxa de polinização, aumento da produtividade das lavouras e melhoria da qualidade dos grãos.

Segundo a pesquisadora da Apta Regional de Piracicaba Maria Zucchi, associada ao projeto, a iniciativa começou com o PIPE Fase 1 que testou em laboratório uma mistura de odores semelhante ao das flores naturais do café. “As abelhas aprenderam a associar esse odor ao alimento dentro da colônia”, explica. “Agora, na Fase 2, testamos a tecnologia em campo e tivemos resultados excepcionais: aumento de 177% na visitação das abelhas e de até 65% na frutificação, em comparação com áreas sem abelhas treinadas”, complementa Marcela Barbosa, que integra o projeto pela Pollintech, ao lado de João Marcelo Robazzi Aguiar.

De acordo com os especialistas, o reconhecimento pelo Prêmio InovaClima Brasil celebra o sucesso de três anos de pesquisa e desenvolvimento. “Estamos muito felizes com os resultados. Além dos ganhos na produtividade do café, conquistamos avanços científicos e novas oportunidades de negócio. É uma grande satisfação ver a Pollintech sendo reconhecida nacionalmente por uma solução que alia inovação e sustentabilidade”, afirma Robazzi.

A Pollintech também marcou presença na COP 30, em Belém (PA), incluindo apresentação no estande da delegação do Governo do Amapá para os participantes interessados em conhecer como o treinamento de abelhas pode contribuir para a produção sustentável de alimentos no Brasil.

De acordo com Zucchi, o projeto busca mitigar os efeitos das mudanças climáticas sobre a produção de café, afetada por secas e instabilidade climática, que reduzem a produtividade e elevam os preços no mercado. “Nosso trabalho mostra que é possível utilizar a biotecnologia e o comportamento das abelhas como aliadas na adaptação da agricultura a um novo cenário climático”, destaca.

A tecnologia já está sendo testada em diversas fazendas de café no país e promete se tornar uma ferramenta importante para o futuro da agricultura sustentável.

Sobre o InovaClima Brasil

Promovido pelo Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), o InovaClima Brasil é um programa nacional de aceleração em inovação climática. As startups vencedoras da edição 2025 do Prêmio InovaClima Brasil foram anunciadas no último dia 05, durante o Summit Agenda SP+Verde, na capital paulista. As quatro iniciativas premiadas foram reconhecidas pelo alto potencial de inovação, impacto ambiental e capacidade de escala.

Informações à imprensa

Gustavo Almeida – gsalmeida@sp.gov.br

Luiza Costa – luiza.costa@sp.gov.br

Comunicação Apta

Legenda: inauguração do Cozinhalimento em Cajamar

O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, realizou nesta segunda-feira (10), em Cajamar, o lançamento oficial da Carreta do Cozinhalimento, nova versão itinerante do programa estadual voltado à capacitação em culinária, educação alimentar e estímulo à geração de renda.

Com investimento total de R$ 3,3 milhões, o projeto, desenvolvido pela Subsecretaria de Abastecimento e executado pela Diretoria de Segurança Alimentar da Pasta, tem como meta capacitar mais de 5 mil pessoas até dezembro de 2026, levando cursos gratuitos para diferentes regiões do Estado.

Nesta primeira fase, até o final de 2025, a carreta percorrerá municípios oferecendo oficinas de panetones e ceias natalinas, voltadas a microempreendedores, trabalhadores informais e famílias que buscam ampliar sua renda no fim do ano. Serão cerca de 500 beneficiados apenas nesta etapa inicial, com aporte de R$ 450 mil.

“O Cozinhalimento é um projeto que transforma conhecimento em oportunidade. É o Governo de São Paulo investindo na vida das pessoas e na valorização do trabalho, para que cada aluno possa transformar o que aprende em renda e dignidade”, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai.

O prefeito de Cajamar, Kauãn Berto, celebrou a escolha do município para o lançamento da iniciativa. “Nosso compromisso é abrir portas para que a população tenha acesso a oportunidades que transformam vidas. A Carreta do Cozinhalimento reforça a qualificação profissional e a geração de renda para as famílias cajamarenses”, declarou.

A presidente do Fundo Social de Solidariedade de Cajamar, Nadja Haddad, ressaltou o impacto social do projeto. “Como madrinha do Cozinhalimento, é uma honra ver Cajamar receber a primeira carreta. O Fundo Social acredita no poder da capacitação como ferramenta de transformação e independência financeira.”

Legenda: Após a inauguração, autoridades conheceram a estrutura interna da carreta

Além do lançamento, a Carreta do Cozinhalimento apresentou uma história que simboliza o impacto do programa. Beatriz Toledo, que se tornou chefe de cozinha a partir do programa e conquistou três diplomas. Agora, Beatriz integra a equipe docente da versão itinerante do projeto. “O Cozinhalimento me deu a possibilidade de provar que tenho excelência em fazer o que me dá renda. E agora, na carreta, temos uma vitrine mais atrativa para que mais pessoas busquem treinamento no programa”, afirmou.

Legenda: Secretário Guilherme Piai e a chefe de cozinha Beatriz Toledo, formada em três cursos do Cozinhalimento

Programa consolidado ganha versão itinerante

O Cozinhalimento já é um programa estruturado da Secretaria de Agricultura, presente em unidades fixas espalhadas por todo o Estado. Desde sua criação, 258 cozinhas comunitárias foram inauguradas, totalizando investimento de R$ 25,5 milhões, com foco em segurança alimentar, inclusão produtiva e valorização da agricultura paulista.

Com a nova carreta, o Governo de SP amplia o alcance da política pública, levando qualificação gratuita a municípios que ainda não possuem estrutura física do programa.

Recentemente, o Projeto Valoriza Pesca, do Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, lançou o e-book “Entre marés: retratos da pesca artesanal na Baixada Santista”, publicação que reúne dados socioeconômicos inéditos sobre a atividade pesqueira artesanal na região.

O livro destaca que a pesca artesanal é alimento, cultura e identidade, sendo fonte de subsistência para muitas famílias que dependem do mar e dos rios na Baixada Santista. A publicação traz um retrato atualizado dessa realidade, mostrando, ao mesmo tempo, como enfrenta dificuldades crescentes.

Além disso, o material chama atenção para os desafios enfrentados pelos pescadores e pescadoras, como a falta de infraestrutura adequada, a pressão exercida por grandes empreendimentos costeiros e a redução da qualidade ambiental, fatores que ameaçam a continuidade dessa tradição centenária.

A publicação “Entre marés” foi estruturada para dialogar tanto com pesquisadores e gestores públicos, quanto com jornalistas e a sociedade em geral. Cada capítulo é um convite à reflexão sobre a necessidade de fortalecer a pesca artesanal, reconhecendo seu papel essencial na preservação das comunidades, dos territórios e do futuro do mar.

De acordo com Ingrid Cabral Machado, uma das autoras do livro e pesquisadora do IP, “levantamentos socioeconômicos detalhados sobre a pesca artesanal são mais frequentes em áreas menos urbanizadas, o que tende a invisibilizar a atividade em regiões como a Baixada Santista. Essa é uma lacuna que o “Entre Marés” vem suprir, buscando valorização e reconhecimento para a atividade na região. O livro é um convite para conhecer, amar e defender a pesca artesanal que acontece secularmente no território onde foi instalado o maior porto da América Latina.”

Sobre o Projeto

O livro foi realizado no âmbito do Projeto Valoriza Pesca, que faz parte do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado pela empresa Ultracargo, em razão do dano socioambiental causado pelo incêndio em seus tanques de combustível na área portuária de Santos, em 2015.

A iniciativa tem como objetivo trazer informações sobre a pesca artesanal, valorizar a atividade e gerar conhecimento, a partir de um olhar atento, técnico e humano sobre seus desdobramentos sociais, ambientais e econômicos. O e-book está disponível para download. Clique aqui e leia a publicação na íntegra.

Instituto de Pesca

O Instituto de Pesca é uma instituição de pesquisa científica e tecnológica, vinculada à Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que tem a missão de promover soluções científicas, tecnológicas e inovadora para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor da Pesca e da Aquicultura.

Assessoria de imprensa IP

Seção de Comunicação Científica 

Gabriela Souza /Andressa Claudino

Cel.: (11) 94147-8525

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Sustentabilidade em pauta: instituição de pesquisa leva projetos de impacto à COP de Investimentos

Na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro de 2025, haverá a participação de duas pesquisadoras da Apta Regional — instituição de pesquisa vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA). A presença da Apta Regional reforça a integração da pesquisa agropecuária paulista à agenda climática global, incentivando inovação, conservação ambiental e desenvolvimento econômico sustentável.

As pesquisadoras Maria Teresa Vilela Nogueira Abdo e Elaine Cristine Piffer Gonçalves participarão da 16ª edição da Cúpula Mundial do Clima – a COP de Investimentos, nos dias 13 e 14 de novembro. O evento é um espaço estratégico para a articulação de parcerias e promoção de projetos sustentáveis brasileiros, reunindo iniciativas da Fundação Mundial para o Clima, incluindo a Coalizão de Investimentos Climáticos, a Rede Mundial de Biodiversidade e a Rede Mundial de Impacto — que buscam conduzir o mundo rumo a um futuro de emissões líquidas zero e impacto positivo sobre a natureza.

“A participação da Apta Regional na COP30 é fundamental para fortalecer a visibilidade institucional e destacar o papel estratégico da pesquisa agropecuária paulista no contexto das mudanças climáticas”, destaca Maria Teresa Abdo.

PqC Maria Teresa Abdo

As pesquisas estão relacionadas às metodologias de mensuração de ganhos da agricultura de baixo impacto, sustentável e na construção de políticas públicas que possam alavancar o produtor. Uma das metas da COP30 é que o Brasil possa liderar um grupo de países na uniformização metodológica para cálculo e comercialização do crédito de carbono.

A participação das pesquisadoras representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido pela Apta Regional em projetos voltados à agricultura regenerativa, bioeconomia e conservação ambiental. Dentre as pesquisas em destaque estão os Sistemas Agroflorestais nas unidades de Pindamonhangaba, Bauru e Pindorama; a Agricultura orgânica em Pindamonhangaba, São Roque, Monte Alegre do Sul e Adamantina; a Arborização de pastagens e pecuária sustentável em Pindamonhangaba; o Sequestro de carbono pela cadeia da seringueira, com proposta de pagamento por serviços ambientais em Colina e Pindorama; o Monitoramento da água e restauração florestal com plantio de mudas e semeadura direta (muvuca de sementes) em Pindorama; os Estudos de bioeconomia com plantas medicinais em Pindamonhangaba; e o Levantamento de fauna e flora em unidades de conservação e remanescentes florestais da SAA.

Coordenadora da Rede de Pesquisa em Agroecologia Regional (RAR), Maria Teresa desenvolve projetos relacionados ao sequestro de carbono e à sustentabilidade agropecuária. Sua atuação está alinhada aos temas centrais da COP30, especialmente em soluções baseadas na natureza, mitigação das emissões de gases de efeito estufa e transição para sistemas produtivos resilientes ao clima. A Rede Agroecológica, criada pela Apta Regional, tem promovido ações integradas entre pesquisadores e a sociedade, com seminários em diversas unidades de pesquisa do Estado de São Paulo. “Os encontros levam aos produtores resultados concretos de projetos agroecológicos, baseados no tripé da sustentabilidade ambiental, social e econômica”, detalha a pesquisadora.

Entre as linhas de pesquisa desenvolvidas, estão projetos sobre pagamento por serviços ambientais de carbono, com foco na valorização de práticas agrícolas sustentáveis, pois para as pesquisadoras, produtores que adotam sistemas de manejo que reduzem emissões de gases de efeito estufa deve ser beneficiados com políticas públicas e incentivos adequados. A Apta Regional também realiza estudos em biodiversidade, bioeconomia e restauração florestal, aproveitando fragmentos de florestas existentes em suas unidades de pesquisa. “No Noroeste Paulista, por exemplo, são conduzidos diversos projetos de restauração, com ênfase no conhecimento do bioma local, produção de mudas e semeadura direta (muvuca de sementes) , reforça Maria Tereza. Esses plantios servem como referência para produtores que buscam se adequar às exigências do Código Florestal. Os estudos defendem a criação de mecanismos de remuneração a quem preserva ou restaura florestas, reconhecendo o valor econômico dos serviços ambientais. “Nada mais justo do que remunerar financeiramente os serviços ambientais prestados pelas florestas”, defende a coordenadora da RAR.

As pesquisas da Apta Regional envolvem metodologias de mensuração de ganhos da agricultura sustentável e o desenvolvimento de políticas públicas que fortaleçam o produtor rural. Uma das metas da COP30 é justamente promover a uniformização internacional de métodos de cálculo e comercialização de créditos de carbono — campo em que a instituição já atua de forma pioneira.

Já Elaine Piffer Gonçalves atua em linhas de pesquisa que dialogam diretamente com as discussões da conferência, contribuindo com conhecimento científico aplicado e estratégias inovadoras de adaptação e mitigação climática na agricultura.

Pesquisadora Elaine Piffer

“Participar desse debate, conhecer as novas diretrizes e metas traçadas pelos países presentes e compreender como a agricultura pode mudar o curso da questão climática faz toda a diferença na nossa pesquisa. Poderemos propor novos projetos ou integrar ações já existentes, sempre com base técnica sólida e compromisso ambiental e social”, ressalta Elaine Gonçalves.

Segundo a pesquisadora, são desenvolvidos trabalhos junto à cadeia da borracha natural, com metodologia para cálculo de sequestro de carbono em seringueiras e espécies nativas, visando a geração de créditos de carbono. “A cultura da borracha natural brasileira já é reconhecida internacionalmente por seguir protocolos socioambientais rigorosos — sem trabalho infantil ou escravo, com uso responsável da terra e baixo consumo hídrico, além de eficiência no uso de defensivos, priorizando uso de produtos biológicos no controle de pragas e doenças.” É uma cultura sustentável, pois oferece proteção ao solo e a biodiversidade local. Práticas que vão ao encontro da sustentabilidade preconizada pela COP30, que procura unir produção eficiente e sustentável e preservação das florestas, mitigando o efeito estufa.

“Esse engajamento é essencial para posicionar a Apta Regional como referência técnica e científica no enfrentamento das mudanças climáticas na agricultura”, conclui o coordenador da instituição, Daniel Gomes.

COP30 BR: desafios e compromissos do Brasil para o clima

A COP30 reunirá mais de 190 países para debater políticas globais de enfrentamento às mudanças climáticas, com foco na redução de emissões, adaptação, financiamento climático e proteção de florestas e biodiversidade.

O Brasil vive uma nova oportunidade de protagonismo internacional ao sediar o evento, com metas ambiciosas de redução de emissões e retomada do papel de liderança climática global. O país também avança com o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), importante ferramenta para financiar a transição ambiental e incentivar práticas regenerativas.

Na COP30, o Brasil ainda lançará o Fundo Tropical das Florestas (TFFF), que propõe um novo modelo de financiamento climático, no qual países que preservam suas florestas tropicais serão recompensados financeiramente via fundo global, tornando a conservação uma alternativa economicamente vantajosa.

O encontro promete marcar um novo capítulo da agenda ambiental brasileira, integrando discurso, política e prática em torno de um mesmo objetivo – enfrentar a crise climática com base em ciência, inovação e sustentabilidade.

Sobre a Apta Regional

A Apta Regional é uma Instituição de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo (ICTESP), vinculada à Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA). Com 18 Unidades Regionais de Pesquisa e Desenvolvimento, atua em áreas como agronomia, zootecnia, pesca continental, sanidade vegetal e animal, agregação de valor em produtos agropecuários, sistemas integrados de produção e segurança alimentar. Considerada o maior hub descentralizado de pesquisa agropecuária do Estado, a Apta Regional oferece soluções tecnológicas aplicadas, adaptadas às realidades locais e regionais, contribuindo para o fortalecimento das cadeias produtivas e para uma agricultura mais sustentável e competitiva.

Por

Lisley Silvério (MTb. 26.194)

lsilverio@sp.gov.br

Apta Regional /Apta/ SAA

Seção de Comunicação Científica

Assessora de Imprensa e Comunicação Institucional

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