A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP expõe em seu complexo na Agrishow, no Estande Pesquisa, plantas aromáticas utilizadas pela APTA Regional e Instituto Agronômico (IAC), Unidades de Pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios. Trouxemos plantas aromáticas, o que quer dizer que o princípio ativo principal são os óleos essenciais, que têm aplicações muito amplas: perfumaria, cosméticos, indústria de alimentos e bebidas, insumos agropecuários dentre outras, conta Sandra Maria Pereira da Silva, pesquisadora da APTA Regional. Sandra comenta que a medicina veterinária está ampliando cada vez mais o uso dos óleos essenciais na parte da sanidade animal, assim como já vem sendo usados para sanidade vegetal. Na APTA Regional de Pindamonhangaba temos pesquisas avançadas em sanidade animal, com o uso de óleos essenciais no controle de carrapatos. Temos obtido resultados bastante promissores nesse efeito carrapaticida, e precisamos ainda desenvolver uma formulação específica para o campo, pois são compostos muito voláteis, que podem se oxidar dependendo das condições ambientais, relata. A pesquisadora cita que tem-se aberto espaço também no campo da saúde humana para o uso de óleos essenciais, o que vem impulsionando a demanda por matérias-primas. Há um potencial de crescimento da cadeia produtiva muito grande, em virtude da demanda por óleos orgânicos puros, integrais e de fontes naturais, avalia Sandra. Ela acredita que a produção de óleos essenciais e hidrolatos (a água aromática condensada obtida durante processo de destilação por arraste a vapor) para esse segmento, principalmente para agricultura em pequena propriedade, é bem interessante. Presença na Agrishow Na opinião de Sandra, a importância da presença das plantas aromáticas na Agrishow é principalmente a transferência de conhecimento aos visitantes, que se estendem para além dos produtores rurais. Estamos aqui com 29 espécies que o público muitas vezes não conhece, menciona. Segundo a pesquisadora, há plantas que produzem substâncias que rementem a outras, mas são espécies diferentes. As pessoas passam a conhecer essa diversidade de aromas e de espécies. Um exemplo são as hortelãs, onde algumas são ótimas para perfumaria, mas não servem para culinária por exemplo, acrescenta Sandra. Visitando o estande, o produtor rural Luiz Nogueira, de Pindamonhangaba, diz que foi ótimo poder encontrar as plantas aromáticas na Agrishow e conversar com a pesquisadora sobre as espécies em exposição. Ele cita que já realizou um curso sobre o tema na Unidade da APTA Regional em sua cidade, que trouxe base técnica para um projeto social que desenvolve. Temos um projeto em um convento franciscano, onde plantamos uma horta com as espécies aromáticas, e contamos com a orientação da APTA, comenta Nogueira. O produtor explica que, no dia a dia, são os próprios idosos que participam do projeto social do convento que cuidam das mudas, como uma atividade de promoção de saúde e bem-estar. Estamos melhorando nosso conhecimento e a utilização dessas ervas através dos chás, por exemplo. Fizemos, inclusive, horta tipo mandala, e hoje temos erva-cidreira, lavanda, alecrim e diversas outras plantas, conclui Nogueira. De acordo com a pesquisadora Sandra ainda há muito espaço para pesquisas com o tema. Temos uma coleção ainda pequena, cerca de 100 espécies, e nos resta uma diversidade enorme para pesquisar, sejam espécies nativas sejam exóticas, finaliza.
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Agricultura e Abastecimento
