Entrevista teve como objetivo abordar os efeitos causados pelo Javali no ambiente rural, nas lavouras e áreas de preservação. O Coordenador de Assessoria Técnica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, Alberto Amorim, concedeu na manhã desta quinta-feira (05/01), entrevista para a Folha de São Paulo, para tratar da situação do Javali no Brasil, que vem afetando drasticamente as plantações agrícolas e áreas de preservação em todo o território nacional. Além dos problemas causados na parte da agricultura, que são facilmente percebidos, os Javalis provocam estragos sérios na fauna nativa, competindo com catetos, queixadas, cutias, pacas, preás, predando também pássaros que colocam ovos em ninhos a nível do solo, etc. Os javalis não possuem inimigos naturais na fauna brasileira e desequilibram todo o ecossistema de parques naturais e das áreas de preservação, além de serem transmissores de doenças como peste suína, tuberculose, brucelose e raiva, que afetam seriamente nossos rebanhos o que causa também prejuízo econômico. “A perda agrícola salta aos olhos com mais facilidade, mas ela não é necessariamente maior do que a dos rebanhos ou a do meio ambiente. Quem perde um pedaço de uma roça tem um prejuízo econômico mensurável, mas o prejuízo ambiental ou de um rebanho não é tão fácil de quantificar. O dano em uma lavoura anual pode ser minimizado com seguro. O replantio não é difícil. Um dano a um rebanho por zoonose pode demorar uma década para ser reparado. Quanto aos danos ambientais, a coisa é ainda mais complexa. Perder uma ninhada de preá pode afetar o ciclo da jaguatirica e assim sucessivamente. O rompimento na cadeia alimentar pode criar um dano que demora 30 anos para normalizar”, comentou Alberto Amorim.