Secretaria de
Agricultura e Abastecimento

Estudo de aluna do Instituto de Pesca revela os benefícios do perifíton na produção sustentável de peixes e hortaliças

Estudo de aluna do Instituto de Pesca revela os benefícios do perifíton na produção sustentável de peixes e hortaliças

Daiane Mompean Romera desenvolvendo sua pesquisa

Nesta segunda-feira, 03 de fevereiro, o Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, exibiu mais um capítulo da série “Pós em Ação!” em suas redes sociais. Desta vez, foi apresentado o trabalho de pesquisa de Daiane Mompean Romera, mestra em Aquicultura e Pesca, formada pelo IP. Daiane desenvolveu um estudo intitulado “Perifíton como Alimento Natural e Biofiltro em Sistemas de Recirculação Aquícola (RAS) e Aquaponia Desacoplada com Cultivo de Tilápia e Alface”.

Os sistemas de recirculação (RAS) são utilizados na criação de peixes porque contribuem para a economia de água e o aumento da produção. Quando esse sistema é combinado com o cultivo de hortaliças em hidroponia — um método de cultivo sem solo — surge a aquaponia. Nela, as plantas são irrigadas com a água proveniente do tanque dos peixes, aproveitando os nutrientes presentes nos efluentes do sistema.

Uma variação desse sistema é a aquaponia desacoplada, na qual o tanque de peixes e as plantas estão conectados em um fluxo único de água. Esse modelo possibilita a manutenção ideal dos parâmetros de qualidade da água para ambos.

Para manter a qualidade da água nesses sistemas, utilizam-se biofiltros, que removem substâncias tóxicas, como compostos nitrogenados. No entanto, esses filtros podem ter um custo alto. Uma alternativa é o uso do perifíton, um conjunto de microrganismos que cresce em superfícies submersas, como pedras, plantas e madeiras, entre outras. Além de auxiliar na filtragem, ele também serve como alimento para peixes, como a tilápia-do-nilo (
Oreochromis niloticus
).

Objetivo da pesquisa

O estudo buscou testar uma nova alternativa para os filtros biológicos usados em sistemas de recirculação de água (RAS), substituindo-os por superfícies onde o perifíton — um conjunto de microrganismos e algas — pudesse crescer. O objetivo foi avaliar como essa mudança afeta o crescimento da tilápia-do-nilo e a disponibilidade de nutrientes para hortaliças cultivadas em aquaponia.

Foram avaliados dois grupos de tilápias: um criado em um sistema tradicional, que utiliza mídias comerciais para filtrar a água, e outro em que a filtragem ocorre dentro do próprio tanque dos peixes, por meio de substratos para o crescimento do perifíton. Além de ajudar na filtragem, esse perifíton também se tornou uma fonte extra de alimento para os peixes. No estudo, também foram analisadas cinco cultivares de alface (
Lactuca sativa
) cultivadas em aquaponia para verificar como os nutrientes da água influenciam seu crescimento.

De acordo com Mompean, “O perifíton promoveu a ciclagem de nutrientes nos tanques de cultivo, assim como foi parte complementar na dieta de tilápias-do-nilo, favorecendo melhor desempenho zootécnico no tratamento com sua presença. Além disso, a inserção do perifíton dentro do sistema de cultivo possibilitou maior aproveitamento dos nutrientes, com menor descarte de resíduos sólidos. As plantas do tratamento com a presença do perifíton tiveram melhores resultados de crescimento, absorção de micronutrientes. Podemos concluir que o uso de perifíton em RAS e aquaponia melhora o desempenho de peixes e plantas”, explica.

Por Andressa Claudino

Instituto de Pesca

O Instituto de Pesca é uma instituição de pesquisa científica e tecnológica, vinculada à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que tem a missão de promover soluções científicas, tecnológicas e inovadora para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor da Pesca e da Aquicultura.

Gabriela Souza /Andressa Claudino

Assessoria de imprensa IP

Núcleo de Comunicação Científica

Cel.: (11) 94147-8525

ipcomunica@sp.gov.br

www.pesca.sp.gov.br