Secretaria de
Agricultura e Abastecimento

Palestra em Caraguatatuba leva Programa Cacau SP ao litoral paulista

Palestra em Caraguatatuba leva Programa Cacau SP ao litoral paulista

Engenheiros agrônomos da CATI Regional São José do Rio Preto apresentaram os sistemas consorciados possíveis e técnicas para implantação de cultivo do cacau na região

Cerca de 20 produtores rurais, além de técnicos e engenheiros agrônomos da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), participaram de palestra sobre o Programa Cacau SP, promovido no último dia 13 de março, no Parque Natural Municipal Juqueriquerê, em Caraguatatuba (SP).

Realizado pela Prefeitura de Caraguá, como a cidade é carinhosamente conhecida, por meio de sua Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca (SMAAP), o evento foi liderado pela equipe da CATI Regional São José do Rio Preto, com os engenheiros agrônomos Andrey Vitorelli Borges, Fernando Micheletti e Fioravante Stucchi Neto, que mostraram, em sua palestra, todo o processo de adaptação do cacau no território paulista e de capacitação de técnicos e produtores.

O trabalho da CATI com o cacau na região vem sendo desenvolvido por meio de parceria com a prefeitura, com o apoio da técnica agrícola Claudia Viana, da SMAAP. O engenheiro agrônomo Gilberto Figueiredo, da Casa da Agricultura de Caraguatatuba, vinculada à CATI Regional Santos, explica que, no município, há um plantio antigo de cacau, contudo abandonado. Instalado há cerca de cinco décadas, na fazenda que pertenceu a uma grande empresa de chocolates, o cacaual ficou durante muitos anos sem condução. “Uma das propostas é resgatar este plantio, realizando podas, adubação e outras práticas de manejo. O objetivo é torná-lo viável economicamente e, também, a criação de um local de venda. Como são plantas muito antigas, é preciso um trabalho intenso para saber se o resgate é possível ou se será preciso replantar, também com novas variedades híbridas, e isso será feito por meio da avaliação da CATI Regional São José do Rio Preto”, comenta Gilberto, que explica que esta análise também verificará se o sistema de cabruca, o plantio direto ao sol, o meio-sombreado ou uma combinação destes sistemas é mais adequado para a região. A fazenda foi loteada ao longo dos anos e, hoje, são diversos proprietários, alguns já com área regularizada e outros em fase de regularização. Vale frisar que todas as áreas são de agricultura familiar, com até quatro módulos fiscais.

Pela proximidade, tanto do litoral norte quanto do Vale do Paraíba, que são mercados consumidores de alto poder aquisitivo para chocolates finos, o cultivo de cacau é uma oportunidade de agregar valor ao trabalho dos produtores.

“O fundamental, a partir de agora, será o trabalho de avaliação da equipe da CATI no Cacau SP em cada área com interesse do produtor, para a determinação de variedade, modo de plantio, condução e todo o acompanhamento necessário para o sucesso da implantação”, afirma Gilberto. Para a visita de avaliação, já manifestaram interesse 12 produtores.

Em Ubatuba, cidade vizinha, também já existe cacau plantado. “São pequenas propriedades, todas com cacau em sistema de cabruca”, cita Gilberto, e compara o cenário do cacau no município ao de São Sebastião. “Nestas cidades, o potencial é grande, mas, atualmente, a exploração da cultura é baixa”, observa o agrônomo.

Micheli Brilhante foi uma das proprietárias de imóvel rural que assistiu com atenção à palestra. A propriedade de sua família fica em São Sebastião, na Estrada da Limeira, atualmente com pouca área plantada. Junto com o marido, Dinei Assis, Micheli quer transformar seu sítio. Ela soube da palestra por um vizinho, que já cultiva banana, entre outras frutas, e imediatamente se interessou pelo Programa.

“Como somos novos nessa área, estamos em processo de aprendizagem. A palestra abriu nossas cabeças sobre as muitas oportunidades que podemos desenvolver em nossa propriedade. Estamos numa altitude boa, temos boa terra e, para nós, é um privilégio ter a orientação da CATI. Já existe todo um estudo no Cacau SP e o litoral também dará seguimento a este estudo. Veio ao encontro com o que a gente estava buscando”, finaliza.

Cacauicultura envolve diversos órgãos da SAA

O Programa Cacau SP é fruto de um Protocolo de Cooperação assinado entre SAA, CATI, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegógios (APTA) e Ministério da Agricultura e Pecuária.